artvice

Decida o que você quer ser E começa a encarar Quem você é Olho no olho No espelho e no passo Se desprendendo Se apegando Se querendo Como nunca antes O outro não é meu espaço É meu espelho Se eu o quebro Multiplico por 7 os estilhaços Do mundo E caminho abrindo em mim As feridas que causei Que abri Que inflamei Dança de olho fechado Em cima da brasa Com o coração na mão Taca no fogo E vê puro o que sobra O que é seu O que já não dói mais - para todo mal, a cura

dias desses, estar vai te bastar e qualquer céu azul vai ser presente, recebido de bom grado, agradecido de coração. dia desses, o teu corpo vai ser tua casa e você vai manusear cada pedaço de si com o mesmo entusiasmo que compra roupa nova. dia desses, você vai perceber que amor não se dá se não for transbordante. você sente dentro, você cura dentro, você multiplica dentro e por si só, só assim ele ilumina teu caminho e quem tá ao teu redor. não tem outra maneira, mesmo que você queira muito. o caminho contrário sempre dá no muro. dia desses, você entende que o caminho é por dentro. e vai ser muito mais fácil entender porque antes parecia tudo tão fora de lugar. dias desses, vai estar tudo bem. com tudo que você já passou, com tudo que você já perdeu, com tudo que você já ganhou, com tudo que você sentiu, com tudo que você esqueceu. e você vai saber, saber mesmo, que tudo bem estar tudo bem.

Uma boca que me beija E desce Vagueia pelo entorno do pescoço E me vira do avesso Uma mão que segura minha cintura E faz parecer a coisa mais indecente Do mundo inteiro Uma perna que enlaça a minha Já cansada e jogada Só pra dizer que Está ali Um braço jogado por cima Da minha barriga Pra não esquecer que eu Também estou O tesao de quem olha O corpo adormecido ao lado E não acredita na sorte De poder estar ali As curvas O cheiro O gosto A temperatura Não tem perfume caro Não tem jantar romântico Não tem carro importado Que acelere o coração Mais do que um puxão pelo Quadril no meio da noite Quando tudo começa outra vez Quando as horas não importam Quando o resto do mundo Não tem vez.

O amor saiu Pela porta dos fundos E não avisou ninguém Procurei embaixo do sofá Procurei na caixa de recordações Procurei até dentro da geladeira Não estava. Fui pra cama com todos Os sentimentos Querendo descobrir Se o amor avisou pra eles Onde ia e quando voltava Mas sentimento é bicho solto Já estavam brigando entre si Pra ver quem ficava no lugar A verdade é que nenhum outro Se encaixa bem No buraco onde ficava o amor Mas eles tentam Eles se juntam pra tentar caber Eles se esticam pra tentar cobrir Eu fico olhando Não vai funcionar. Deixei a porta aberta Pra ver se batia um vento E trazia ele de volta Vi o amor escondido em cima da árvore Do outro lado da rua Gritei Chamei Coloquei comida Coloquei agua Arrumei a cama Ele nao se mexeu Talvez eu tenha demorado demais Pra aprender a tratar do amor E ele fugiu De medo e de cansaço E nem se importou Se eu queria aprender Nem se importou Com todo o tempo em que viveu Tranquilo e leve Bem...

Eu gosto da frase Jogada no ar Como que pra baixo Do tapete Quando só eu Nas infinitas manobras Do vento e dos ruídos Ouço a afirmação sutil Clara e firme Das entrelinhas Quando acerto em cheio O que vaga pelo ar Sem falar uma palavra São alguns segundos Onde eu sinto com força Todo o poder que eu Posso ter Eu gosto do segundo lugar Onde a gente pode se espalhar mais Onde a gente pode Experimentar sem ninguém Estar olhando Ainda que esteja Embaixo do nariz de todos eles Tranço o colar no pescoço A perna na cintura dele E as mãos atrás da nuca E agradeço todos os dias Por entender que ser É mais importante do que parecer.